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Guia do Envelhecimento Ativo

Saúde, Bem-estar, Moda, beleza e Exercício Físico no Envelhecimento

Guia do Envelhecimento Ativo

Saúde, Bem-estar, Moda, beleza e Exercício Físico no Envelhecimento

Actividade Física e Envelhecimento Saudável

Luísa de Sousa, 18.06.15

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Dos diversos estudos que têm sido desenvolvidos ns últimos anos para tentar descobrir o que contribui para um envelhecimento saudável e com qualidade, todos apontam para a prática de actividade física como um dos factores essenciais (Vaillant, G.E., 2003).

 

Se por um lado, a prática de actividade física está intimamente ligada a um envelhecimento saudável, é na inactividade que está na origem muitas patologias, sobretudo aquelas normalmente associadas ao processo de envelhecimento (López, R., 2002).

 

Das consequencias da inactividade física podemos salientar:

 

 

1 - Fisiológicas - patologia cardiovascular e respiratória precoce; patologia metabólicas;  patologia osteoarticular; debilitação do sistema imunitário; deminuição da produção de hormonas.

 

2 - Psicológicas - baixa auto-estima; apatia; confusão; insónias; ansiedade; depressão.

 

3 - Sociais - imagem social negativa; isolamento.

 

 

O exercício físico regular, sistemático e adaptado a esta faixa etária pode ser uma forma de atingir uma série de benefícios que contribuem para um envelhecimento activo, nomeadamente:

 

1 - Fisiológicos - aumento da resistência, força muscular, flexibilidade, equilibrio; atrasa o aparecimento de alterações posturais, dores de costas e artroses; melhora o funcionamento do sistema imunológico; reduz a probabilidade de obstipação; reduz o risco de patologias como a diabetes, obesidade, cancro do colon, osteoporose, acidente vascular cerebral, enfarte do miocárdio; dimunui a tensão arterial; melhora o sono.

 

2 - Psicológicos - melhoria das capacidades cognitivas, perceptivas e de coordenação; incrementa o sentimento de auto-estima e de bem-estar geral; melhora o humor e reduz o risco de  depressão; favorece a actividade intelectual; alivia o stress; proporciona novas aprendizagens.

 

3 - Sociais - melhoria das capacidades de comunicação; promove relações sociais; a proxima a pessoa do seu meio envolvente; ajuda na integração da pessoa ao seu meio; cria a prossibilidade de novos relacionamentos.

 

 

A prática da actividade física na 3ª idade não tem de ser dificil de praticar nem esgotante ou aborrecida para atingir os benefícios acima descritos.

 

Existem actualmente várias modalidade de actividade física adaptada que com certeza além de prazerosa é uma mais valia no processo de envelhecimento com qualidade.

 

O yoga, pilates, tai chi chuan, exercícios de força, aeróbios, dança são as modalidades mais recomendadas para esta faixa etária.

 

Contudo recomenda-se sempre uma avaliação médica antes de iniciar qualquer programa de actividade física para poder optar pela melhor modalidade que se adapte à sua condição.

 

 

Um abraço

Luísa de Sousa

 

 

Prevenção de quedas na 3ª Idade

Luísa de Sousa, 16.06.15

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Embora o processo de envelhecimento se inicie muito antes dos 60 anos, é nesta idade que ocorre o ingresso do indivíduo na terceira idade (PICKLES et al., 2000).

 

As manifestações somáticas do envelhecimento são geralmente bem evidentes e facilmente observáveis. Ocorre em todos os órgãos e sistemas do organismo. Ao longo dos anos, os indivíduos passam por uma série de alterações psicológicas, fisiológicas e anatómicas, o que lhes confere características próprias e particulares.

 

Entre essas alterações apresentadas pelos idosos observa-se: perda de massa óssea, diminuição de força e massa muscular, perda da amplitude de movimento e diminuição da velocidade de condução nervosa (FREITTAS, 2002). Características estas que acabam levando o idoso à perda da confiança na sua mobilidade e ao medo das quedas.

 

Segundo dados da Eunese (2006), na União Europeia ocorrem perto de 40.000 mortes de idosos devido a quedas. As quedas são a principal causa de lesões nos idosos, representando em alguns países da União Europeia 75% de todos os doentes que necessitam de cuidados médicos.

 

Os adultos mais velhos são hospitalizados por lesões relacionadas com quedas, cinco vezes mais do que por lesões de qualquer tipo, sendo que 50% das quedas em idosos ocorrem dentro da sua própria casa. A maior parte das pessoas idosas que sofrem quedas, sofrem lesões que reduzem a mobilidade e independência e que aumentam o risco de morte prematura.

 

A gravidade potencial das quedas nos idosos confere à prevenção um lugar privilegiado. Pereira (2001) no “Projecto Directrizes” refere as directrizes a serem tomadas:

1 – Orientar o idoso sobre os riscos de queda e suas consequências. Esta informação poderá fazer a diferença entre cair ou não e, muitas vezes, entre a instalação ou não de uma capacidade.

2 – Avaliação geriátrica global, com medidas correctivas adequadas enfocando a função cognitiva; o estado psicológico (humor); a capacidade de viver só e executar as actividades de vida diária; e a condição económica.

3 – Racionalização da prescrição e correcção de doses e de combinações inadequadas.

4 – Redução da ingestão de bebidas alcoólicas.

5 – Avaliação anual de oftalmologia, da audição e da cavidade oral.

6 – Avaliação rotineira da visão e dos pés.

7 – Avaliação dos distúrbios da nutrição.

8 – Fisioterapia e exercícios físicos (inclusive nos idosos frágeis) visando a melhoria do equilíbrio e da marcha, o fortalecimento da musculatura dos membros inferiores, a melhoria da amplitude articular, o alongamento e aumento da flexibilidade muscular, actividades especificas para pacientes em cadeiras de rodas, identificação dos pacientes que caem com frequência, encorajando a superar o medo de nova queda através de um programa regular de exercícios. Os idosos que se matem em actividade, minimizam as quedas e aumentam a densidade óssea evitando assim as fracturas.

9 – Terapia ocupacional promovendo condições seguras no domicilio ( local da maior parte das quedas em idosos), orientando, informando e instrumentalizando o idoso para o seu auto cuidado e também os cuidadores e familiares.

10 – Denunciar a suspeita de maus tratos.

11- Correcção de factores de risco ambientais (instalação de barra de apoio na banheira e colocação de piso antiderrapante).

12 – Medidas gerais de promoção de saúde: prevenção e tratamento da osteoporose; imunização contra a gripe e pneumonia; orientação para evitar actividades de maior risco em idosos frágeis e desacompanhados.

 

A adopção de algumas estratégias de prevenção em casa pode reduzir os riscos de quedas. São aqui descritas algumas pistas que foram baseadas na lista para prevenir acidentes em casa da Eunese (2006):

 

- Casa – Eliminar obstáculos; manter os objectos que usa com frequência em armários onde chegue com facilidade e sem precisar de subir a um banco; deixar sempre as gavetas dos armários fechadas para não tropeçar; eliminar tapetes ou carpetes gastas ou dobradas; manter os números de emergência escritos em letra legível em todos os telefones; usar um telefone portátil e ter por perto os números de emergência; pôr um telefone perto do chão para o caso de cair.

 

- No quarto – Levantar-se lentamente depois de se sentar ou deitar; sente-se na borda da cama ou cadeira até não sentir nenhuma tontura; usar sapatos fortes, solas finas anti-derrapantes; melhorar a iluminação do quarto; usar lâmpadas mais fortes, e possivelmente lâmpadas compactas florescentes que gastam menos energia; usar quebra-luz nos candeeiros para reduzir o encadeamento; organizar as roupas de modo a estarem à mão; colocar as roupas em gavetas nunca mais baixas que os joelhos nem mais altas que o peito; não usar roupas demasiado longas nem demasiado largas; ter o telefone sempre à mão; evitar o uso de tecidos escorregadios como lençóis de cetim; instalar uma luz de presença nocturna.

 

- Na casa de banho – Manter o chão seco depois de tomar banho, ou se possível pôr um tapete de casa de banho mas bem seguro para reduzir as hipóteses de tropeçar nele; instalar corrimões de segurança; nunca usar bengaleiros (porta toalhas), tabuleiros para sabonete, prateleiras e outros itens de género sem que estejam bem seguros à parede; adicionar tiras antiderrapantes a banheira e ao chuveiro; se tiver falta de equilíbrio deve usar uma cadeira de chuveiro e um chuveiro de mão; não trancar a porta da casa de banho; instalar um telefone na casa de banho; instalar um chuveiro de mão com uma mangueira extra-longa.

 

- Escada – Certificar-se de que os degraus são uniformes; ter a certeza de que as escadas não são escorregadias e pintar os limites dos degraus de uma cor contrastante para se ver melhor; retirar todos os objectos em que se possa tropeçar (como papéis, livros, roupas e sapatos) das escadas e sítios onde anda; retirar tapetes pequenos ou usar fita adesiva de dupla face para evitar que eles escorreguem; colocar corrimões seguros dos dois lados das escadas; manter pelo menos uma mão no corrimão quando subir as escadas, concentrar-se naquilo que faz e não se distrair com outros sons; nunca carregue nada que possa obstruir a vista do próximo degrau.

 

- Iluminação – O mais seguro é ter luz uniforme numa divisão; adicionar luz em zonas escuras; pendurar cortinas leves em janelas e portas para reduzir a luz directa que possa encandear.

 

- Cozinha - Observar bem a cozinha. É pertinente colocar os utensílios com mais uso, nas prateleiras mais baixas dos armários, de modo a evitar subir bancos e escadotes, mas caso seja inevitável, utilizar escadotes com barras laterais de apoio. Remoção de tapetes que promovam escorregões. Utilizar piso antiderrapante, e ambiente bem iluminado.

 

- Sala - Organizar os móveis de maneira que haja um caminho livre para passar sem desviar muito. Manter as mesas de centro, porta-revistas, descansos de pés e plantas fora da zona de tráfego. Deixar sempre o caminho livre de obstáculos. Evitar cadeiras ou sofás muito baixos, uma vez que o grau de dificuldade exigido para se levantar é maior, sendo que estes devem ser confortáveis e com braços.

 

É essencial adoptar medidas que tenham que tenham em atenção as características e factores de risco de cada idoso, bem como reduzir ao máximo os factores de risco existentes em casa, prevenindo não só as quedas, como também as suas consequências.

 

A família tem um papel fundamental na prevenção das quedas do idoso. São eles que melhor podem contribuir para manter o idoso activo e autónomo. Deve estar atenta às condições de segurança, resolvendo atempadamente “armadilhas” que representam pequenos obstáculos dentro de casa.

 

 

Um abraço

Luísa de Sousa

 

 

A Sexualidade não Envelhece

Luísa de Sousa, 11.06.15

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O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

Fernando Pessoa

 

A Organização Mundial de Saúde, define a sexualidade como uma energia que motiva para encontrar amor, contacto, ternura e intimidade; integra-se no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados, é ser-se sensual e é ser-se sexual. A sexualidade influencia pensamentos e, por isso, influencia também a saúde física e mental e tendo como dimensões integrantes a biológica, psico-afectiva, comunicativa, ética, sociocultural e política.

 

Woods (1995), considera ser a sexualidade um fenómeno que envolve a pessoas no eu todo e que abrange uma complexa interacção da variáveis biológicas, psicológicas e socioculturais.

 

A sexualidade, bem como todos os sentimentos e sensações que lhe estão associados, sempre fizeram parte da história da humanidade quer de uma forma mais subtil, quer de uma forma mais clara e explícita.

 

Várias obras de arte da antiguidade, ou mesmo desenhos da pré-história retratam o corpo humano com ênfase nos orgãos genitais (principalmente os masculinos). São igualmente encontradas referencias ao estudo do amor e do apetite sexual desde a Idade Antiga, nos escritos do filósofo Platão, que identificava Eros como o Deus do amor e dos apetites sexuais e dos instinto básico da vida, responsável pela atracção entre os corpos.

 

Ao longo dos tempos a expressão e vivência da sexualidade tem estado associada a conceitos de pecado e a ideias pré-concebidas, resultantes da rigidez ético-moral da Igreja Católica vigente essencialmente da sociedade ocidental.

 

O estudo da sexualidade humana teve o seu grande contributo com Sigmund Freud. De acordo com este cientista e investigador, o desenvolvimento da sexualidade está presente desde a infância, sendo ele, o primeiro a referir que as crianças se masturbavam em busca de prazer, inicialmente tratar-se-ia de prazer oral, depois de prazer anal e posteriormente de prazer genital. Freud referiu-se a Eros, o Deus de Platão como a Líbido, a força vital do amor.

 

Masters e Johnson foram os primeiros a fazerem um estudo científico sobre os aspectos fisiológicos do comportamento sexual. Estes autores comprovaram que a reacção sexual é um fenómeno cíclico – Ciclo da Resposta Sexual Humana - composto por quatro fases: fase de excitação, fase de plataforma, orgasmo e fase de resolução. Reconheceram, através das suas pesquisas, que não há limite de idade para a prática do comportamento sexual.

 

No entanto, a sexualidade abarca muito mais do que a resposta sexual humana, envolve uma séria de sentimentos, emoções, afectos e sensações que acompanham o indivíduo no seu dia-a-dia ao longo de todo o seu ciclo vital.

 

A sexualidade nos idosos

 

 Enquanto o Homem viver, seja qual for a sua idade, é capaz de sentir impulsos eróticos,não exstindo nenhuma idade em que a actividade sexual, os pensamentos sobre sexo ou os desejos acabem (Lopez, 1993).

 

 A sexualidade conhece ao longo da vida diferentes fases de acordo com as etapas fisiológicas inerentes ao desenvolvimento do indivíduo: infância. Adolescência, fase adulta e velhice. Fuentes e Lopez (1999), consideram que até a adolescencia, se verifica uma evolução semelhante em todas as crianças uma vez que os processos biológicos e as fases sociais pelas quais passam são praticamente idênticos. Porém depois da adolescência e durante toda a idade adulta, os indivíduos seguem percursos diferentes, manifestando um maior número de diferenças entre si.

 

 Tal como em todas as etapas da vida a sexualidade do idoso é influenciada por uma série de factores: físicos, psicológicos e biográficos de um indivíduo, da existência de um/a companheiro/a, dependem também do contexto sociocultural onde se insere o idoso.

 

Fuertes e Lopez (1989), mostram que culturalmente, os relacionamentos sexuais têm sido considerados comportamentos exclusivos das pessoas jovens, saudáveis e fisicamente atraentes. A concepção de que os idosos também possam manter actividade sexual não é bem aceite socialmente, preferindo-se mesmo ignorar a sexualidade da pessoa idosa. Apesar destes conceitos culturais, durante a velhice, é frequentemente conservada, a necessidade psicológica de manter viva a sexualidade, não podendo delimitar-se a uma idade própria para que a actividade sexual, os pensamentos sobre sexo e o desejo sexual terminem.

 

Limentani,(1995) citado por Custódio (2008), diz que os idosos se distanciam e se esquecem do próprio corpo, tanto mais quanto na infância, a sociedade preconizar que a sexualidade deve ser ignorada na velhice. A par desta situação, refere ainda que persiste o problema de grande parte da literatura médica incidir sobre as vivências da sexualidade baseadas exclusivamente no coito, ignorando ou não concebendo outros comportamentos ou práticas igualmente impulsionadoras de prazer e desejo.

 

 Investigadores, como Kaiser (1996), realizaram uma revisão dos últimos trabalhos publicados até então sobre a actividade sexual na Terceira Idade. Entre esses estudos destaca-se o de Pfeiffer (1968), que encontrou, em 95% com idade entre os 46 e 50 anos, uma frequência semanal de relacionamentos sexuais, baixando essa frequência para 28%, nos homens entre 66 e 71 anos. No caso das pessoas idosas casadas, verificou-se que 53% dos casais com idade de 60 anos se mantinham sexualmente activos, o mesmo acontecendo a 24% daqueles cujas idades eram superiores a 76 anos. Nestes estudos verificou-se igualmente que a actividade sexual mais frequente entre os idosos era as carícias, os toques, e finalmente, o coito. Esta investigação, revelou ainda, ser frequente a masturbação em 74% dos homens e 42% das mulheres estudadas e que tanto os homens como as mulheres sexualmente activas na idade madura, eram pessoas que tinham tido mais parceiros (as) sexuais e maior actividade sexual na juventude.

 

 Lima (2006), indica-nos que o avançar da idade é um factor relevante nas alterações do desejo sexual, tanto para os homens como para as mulheres. Aponta ainda, que os comportamentos sexuais sofrem um notório declínio ao longo da vida. Outros autores como ( Masters e Johnson, 1994), designados por ( Lima, 2006), consideram que a idade não interfere no desejo sexual feminino. O facto dos resultados das investigações serem controversos deve-se, por um lado, à diversidade de formas de medir e operacionalizar o comportamento e o desejo sexual e, por outro lado, à influência mediadora de outras variáveis (Lima, 2006).

 

 Algumas das variáveis que podem ser apontadas como comprometedoras da actividade sexual na idade madura são as que se seguem:

 

  - A ausência ou não de companheiro (a).

- A capacidade de interesse do companheiro (a).

- O estado de saúde.

- Problemas de impotência no homem ou de dispareunia na mulher.

- Efeitos colaterais de medicamentos.

- Perda de privacidade, como por exemplo, viver na casa dos filhos.

 

Entre as causas que podem influenciar a sexualidade do idoso, (Steike, 1997) apontou um dos principais factores a influir negativamente a sexualidade do adulto maduro, o importante desconhecimento deste conceito, assim como aspectos culturalmente proibitivos relativamente à sexualidade dos idosos.

 

Pode-se afirmar que existem diferenças individuais significativas quanto à sexualidade na terceira idade, as quais têm na sua base factores como as características das relações sexuais na juventude, as próprias alterações fisiológicas do envelhecimento, o estado de saúde do indivíduo, a influência da medicação, a existências de alterações do foro da psicopatologia, variáveis psicossociais, a existência de um parceiro(a) estável, a qualidade da relação, o funcionamento social e o nível educacional do indivíduo.

 

No que respeita às alterações fisiológicas próprias do envelhecimento,( Fuertes e Lopez, 1989), referem que estas alterações verificam-se de formas distintas e em tempos diferentes, e não devem ser, de forma alguma, classificadas de decadência sexual, uma vez que a sexualidade não se restringe apenas à vertente meramente genital, coital ou reprodutiva.

 

Espero que tenham gostado do artigo.

 

Um abraço

Luísa de Sousa

Direitos Fundamentais das Pessoas Idosas

Luísa de Sousa, 10.06.15

 

 

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Olá

Inicio este meu blog com o artigo "Direitos Fundamentais das Pessoas Idosas", porque tudo o que se escreve sobre envelhecimento, idosos, envelhecer......não faz sentido se não se tiver presente os direitos que todas as pessoas desta faixa etária têm.

 

O aumento do número de pessoas com mais de 65 anos não tem apenas repercussões no domínio económico, social e político, mas também no domínio jurídico. Mas nem sempre o impacto jurídico deste fenómeno recebeu a atenção que seria de esperar.

 

Embora as medidas legislativas actuais não tenham capacidade de responder a todas as necessidades das pessoas de idade e dos que os cercam, importa, fazer a análise objectiva da situação e do que está em causa.

O princípio de deveria guiar toda e qualquer reforma é o respeito absoluto dos direitos fundamentais deste grupo de cidadãos.

 

A particularidade da situação dos idosos resulta de factores como a redução das capacidades físicas, psicológicas ou mentais, insegurança financeira, isolamento, marginalização, dependência de terceiros, tornando-os mais vulneráveis e como maior dificuldade em exercer os seus direitos ou tomar decisões.

 

Os idosos encontram-se muitas vezes em situações que atentam à sua integridade física e/ou mental tais como violência psicologia e/ou física, abuso de confiança, exploração, negligência e etc.

 

 Direitos dos idosos em Portugal

 

 O artigo 72º (Terceira Idade) da Constituição da Republica Portuguesa, no campo dos mais idosos, refere:

1 - As pessoas idosas têm direito à segurança económica e a condições de habitação, convívio familiar e comunitário que respeitem a sua autonomia pessoal e evitem e superem o isolamento ou a marginalização social.

2 - A política de terceira idade engloba medidas de carácter económico, social e cultural tendentes a proporcionar às pessoas idosas oportunidades de realização pessoal, através de uma participação activa na vida da comunidade.

 

 

Direitos dos Idosos - Princípios das Nações Unidas para o Idoso

 

Segundo resolução 46/91 aprovada na Assembleia Geral das Nações em 12 de Dezembro de 1991 os idosos têm direita a:

 

      Independência

  1. Ter acesso à alimentação, à água, à habitação, ao vestuário, à saúde, a apoio familiar e comunitário.
  2. Ter oportunidade de trabalhar ou ter acesso a outras formas de geração de rendimentos.
  3. Poder determinar em que momento se deve afastar do mercado de trabalho.
  4. Ter acesso à educação permanente e a programas de qualificação e requalificação profissional.
  5. Poder viver em ambientes seguros adaptáveis à sua preferência pessoal, que sejam passíveis de  mudanças.
  6. Poder viver em sua casa pelo tempo que for viável.   

 

Participação

  1. Permanecer integrado na sociedade, participar activamente na formulação e implementação de políticas que afectam directamente o seu bem-estar e transmitir aos mais jovens conhecimentos e habilidades.
  2. Aproveitar as oportunidades para prestar serviços à comunidade, trabalhando como voluntário, de acordo com seus interesses e capacidades.
  3. Poder formar movimentos ou associações de idosos.

 

Assistência

  1. Beneficiar da assistência e protecção da família e da comunidade, de acordo com os seus valores culturais.
  2. Ter acesso à assistência médica para manter ou adquirir o bem-estar físico, mental e emocional, prevenindo a incidência de doenças.
  3. Ter acesso a meios apropriados de atenção institucional que lhe proporcionem protecção, reabilitação, estimulação mental e desenvolvimento social, num ambiente humano e seguro.
  4. Ter acesso a serviços sociais e jurídicos que lhe assegurem melhores níveis de autonomia, protecção e assistência
  5. Desfrutar os direitos e liberdades fundamentais, quando residente em instituições que lhe proporcionem os cuidados necessários, respeitando-o na sua dignidade, crença e intimidade. Deve desfrutar ainda do direito de tomar decisões quanto à assistência prestada pela instituição e à qualidade da sua vida.

 

Auto-realização

  1. Aproveitar as oportunidades para o total desenvolvimento das suas potencialidades.
  2. Ter acesso aos recursos educacionais, culturais, espirituais e de lazer da sociedade.

 

Dignidade

  1. Poder viver com dignidade e segurança, sem ser objecto de exploração e maus-tratos físicos e/ou mentais.
  2. Ser tratado com justiça, independentemente da idade, sexo, raça, etnia, deficiências, condições económicas ou outros factores.

 

As pessoas idosas deveriam ser consultadas e informadas das políticas legislativas actuais e das políticas para a defesa dos seus direitos.

 

A divulgação às pessoas de idade da informação sobre os recursos disponíveis deveria fazer-se através de uma rede de informação e por um organismo que pudesse oferecer serviços de acompanhamento e de informação para as pessoas de idade que desejem diligenciar um recurso.

 

As pessoas de idade deveriam também ser informadas sobre os mecanismos de denúncia previstos na lei, bem como sobre os seus direitos e aos serviços sociais a que tenham direito.

 

 

Um abraço

Luísa de Sousa