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Guia do Envelhecimento Ativo

Saúde, Bem-estar, Moda, beleza e Exercício Físico no Envelhecimento

Guia do Envelhecimento Ativo

Saúde, Bem-estar, Moda, beleza e Exercício Físico no Envelhecimento

Deixem-me envelhecer!

Luísa de Sousa, 25.02.22

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"Deixem-me envelhecer sem compromissos e cobranças.  Sem a obrigação de parecer jovem e ser bonita para alguém. Quero ao meu lado quem me entenda e me ame como eu sou. Um amor para dividirmos tropeços desta nossa última jornada. Quero envelhecer com dignidade, com sabedoria e esperança. Amar minha vida, agradecer pelos dias que ainda me restam.

Eu não quero perder meu tempo precioso com aventuras. Paixões perniciosas que nada acrescentam e nada valem. Deixem-me envelhecer com sanidade e discernimento. Com a certeza que cumpri meus deveres e minha missão. Quero aproveitar essa paz merecida para descansar e refletir.

 

Ter amigos para compartilharmos experiências, conhecimentos. Quero envelhecer sem temer as rugas e meus cabelos brancos. Sem frustrações, terminar a etapa final desta minha existência. Não quero me deixar levar por aparências e vaidades bobas. Nem me envolver com relações que vão me fazer infeliz.

Deixem-me envelhecer, aceitar a velhice com suas mazelas. Ter a certeza que minha luta não foi em vão: teve um sentido.  Quero envelhecer sem temer a morte e ter medo da despedida.  Acreditar que a velhice é o retorno de uma viagem, não é o fim. Não quero ser um exemplo, quero dar um sentido ao meu viver. Ter serenidade, um sono tranquilo e andar de cabeça erguida. Fazer somente o que eu gosto, com a sensação de liberdade. Quero saber envelhecer, ser uma velha consciente e feliz!"

 

Poema – Deixe-me Envelhecer – da escritora Concita Weber –

Extraído do livro: O Topo da Montanha (Contos e Poesia) – Editora Biblioteca 24horas – São Paulo, em 2014.

 

 

Imagem AQUI

Envelhecer ...

Luísa de Sousa, 05.03.21

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Garajau, Ilha da Madeira

 

Tens cabelos brancos.
Mas porquê, avô?
Caiu muita neve
na estrada onde vou.
 
Tens rugas na face.
Mas porquê, avô?
Bateu muito sol
na estrada onde vou.
 
Tens olhos baços.
Mas porquê, avô?
Pousou nevoeiro
na estrada onde vou.
 
Tens calos nas mãos.
Mas porquê, avô?
Parti muita pedra
na estrada onde vou.
 
Tens coração grande.
Mas porquê, avô?
Nele mora a gente
que por mim passou.
 
- Luísa Ducla Soares. Diz o Avô. In “A Cavalo no Tempo”.